terça-feira, 3 de setembro de 2013

Síndrome de Down e Fotografia

A iniciativa educacional de levar alunos com síndrome de down a experimentar formas de expressar-se no campo da fotografia pode possibilitar a eles uma ampliação da percepção visual, do gosto pelo belo, o reconhecimento de si mesmos e, à sociedade, a reflexão sobre a percepção dessa minoria afetada pela trissomia do cromossomo 21.
A capacidade de se relacionar com a tecnologia, o procedimento, a escolha do que se quer retratar, o uso da linguagem para justificar essas escolhas, o pensamento, o contato com outros colegas, a vivência num ambiente que privilegia a natureza, além de favorecer o encontro com pessoas ditas "normais" são alguns dos desafios pertinentes a essa metodologia.
Cada vez mais os estatutos, as leis de direitos humanos e de apoio às minorias indicam uma necessidade de mudança do paradigma que insiste em dirimir o êxito daqueles que sejam física e intelectualmente diferentes do restante da sociedade.Cabe ao profissional da saúde valorizar as ações que buscam a inclusão e a maior aceitação de cada um, tendo em vista que os tratamentos tendem a enxergar o ser como um todo, considerando as suas diversidades, os seus avanços e melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
















segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Doentes imaginários Faculdades de medicina e hospitais recorrem às artes cênicas para melhorar a qualidade da relação médico-paciente

É imprescindível ao acadêmico da área da saúde ,em especial aos médicos, que haja durante sua formação acadêmica um treinamento e desenvolvimento da aptidão em como acolher o paciente. Cabe ao médico desenvolver o dom de bom ouvinte, bem como de falar com clareza e atenção. Há diversas maneiras de exercitar tal conduta seja na prática do dia-a-dia, seja através de artifícios lúdicos e imagéticos, tais como dispor das artes cênicas. Dessa forma, o futuro médico pode transferir o que aprender no âmbito artístico para a realidade. Isso é o que vem ocorrendo cada vez mais entre as instituições acadêmicas, a introdução das artes no currículo médico, através das artes plásticas, cênicas e músicas. Além de ser uma maneira de trabalhar a imanização dos profissionais não se tornando robôs e instrumentos da indústria da saúde.

No artigo publicado na revista VEJA ,Edição 2132- 30 de setembro de 2009, Doentes imaginários, O treinamento médico mediante a simulação de situações que podem ocorrer em centros cirúrgicos, salas de emergência e leitos de terapia intensiva surgiu nos Estados Unidos nos anos 90. O objetivo era aprimorar habilidades técnicas, adestrar os profissionais para a tomada rápida de decisões e afinar o trabalho em equipe. De uma década para cá, no entanto, as simulações incorporaram cenas que visam a suprir uma das maiores carências entre os médicos: a dificuldade de comunicação. As dramatizações servem para que aprendam a transmitir notícias difíceis e também adquiram a capacidade de conquistar a confiança dos doentes e de criar empatia com eles. Os médicos, por exemplo, são ensinados a não desviar os olhos do paciente enquanto falam com ele (existe algo mais irritante do que médico que faz perorações enquanto olha para a tela do computador?). "A partir do século XIX, com o avanço nos conhecimentos científicos e o aumento do tecnicismo, recursos básicos como escutar, observar e confortar o doente foram se perdendo", diz Roberto Padilha, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Acredita-se que um médico que preserve tais cuidados, além de muito mais agradável, pode ser mais certeiro em seus diagnósticos.


Alunas: Débora Martins Brito e Fernanda de Oliveira Torres
4 período Medicina- UNIBH

Artes cênicas e Medicina -
Doutores da Alegria

Luiza Rodrigues
Rebeca Pagliaminuta
Roberta Nascimento

As atividades desenvolvidas pelos doutores da alegria parecem uma tentativa de mudar o contexto (ou dar uma outra conotação) da doença na vida do paciente. A irreverência parece ser uma ferramenta inerente dos profissionais, diante de situações inusitadas.

A interação artes cênica e medicina é, nesse caso, usada de forma a proporcionar o lúdico, através da utilização da paródia do palhaço que brinca de ser médico no hospital.

Os doutores relatam que, num primeiro contato, nem sempre a “gargalhada” ou o “riso” é bem acolhido por profissionais ou pelos pacientes . Isso porque tanto profissionais quanto pacientes não se permitem sorrir em um ambiente hospitalar. De um lado, os profissionais se consideram sérios demais para darem boas gargalhadas; do outro, há pacientes que se rotulam como doentes e se condenam à tristeza, não se permitem um “sorriso”. Os doutores da alegria parecem romper o preconceito de que o indivíduo doente é um indivíduo infeliz e usam o humor como coadjuvante no processo de cura. Além disso, permitem uma transformação do ambiente hospitalar, que deixa de ser um local apenas de sofrimento.

É impressionante perceber a melhora dos pacientes que a interação com os "Doutores da Alegria" permite. A psique do indivíduo tem participação direta em seu processo de cura. E, a partir do momento em que a pessoa começa a atuar, seu inconsciente começa a perceber que existe outra possibilidade de atuação, não só naquele momento, mas na realidade em .

A participação de toda a equipe de saúde nesse processo também é de fundamental importância, mas, infelizmente, isso nem sempre pode ser visto. Muitas vezes esses profissionais tem uma sobrecarga de trabalho que os impede de participar de tais atividades. Outras vezes, por não ver a importância desse trabalho, ignoram essas atividades e, ainda por cima, se sentem incomodados com elas. Não percebem que o objetivo dos "Doutores da Alegria" é o mesmo de qualquer outro profissional que atuam em hospitais: a melhora dos pacientes e a possibilidade definitiva de alta.



Ria, mas ria baixinho!
21/05/2013
Tem pessoas que circulam no hospital que olham pra gente como se fôssemos de outro planeta, tendo as mais estranhas reações, que nos deixam pretéritos mais que perfeitos. Umas parecem que nunca viram médicosbesteirologistas. Dizem que querem consulta, mas aí quando nos oferecemos para atender e elas simplesmente começam a rir! E gente que ri como se tivesse vendo palhaço! Poxa!
Uma dessas pessoas, inclusive, merece ser citada. Bastou aparecermos na emergência do Hospital Barão de Lucena, no Recife, para ela começar a rir e, ao mesmo tempo, fazer cara de dor.
Ai! Não posso rir!, dizia ela, e continuava rindo.
O Dr. Eu se aproximou:
Então não ria, afinal não há motivos pra rir!
Ela continuou, segurando a gargalhada: É que fiz cesariana!
Ah! César e Ana! Onde estão? 
Estranhamos! No berço à frente da suposta mãe só havia um bebê e ela disse que tinha feito dois. Saímos procurando nos berços, mas não encontramos nem o César e nem a Ana. Saímos do quarto desolados!
Teve outro caso em que a risada soou solta. Estávamos nos divertindo, esquecendo que éramos besteirologistas e os pacientes esquecendo a espera de horas no ambulatório. Uma enfermeira saiu de uma sala e disse:
Riam, mas riam baixinho!
A frase entrou pelo miolo mole, cruzou com a razão, falou com o bom senso, fez bolhinhas de pensamentos em forma de balão e fizemos cara de pão dormido, duros, com aquela frase no meio de uma gargalhada geral. O Dr. Lui. deu uma leve batida na porta de onde a enfermeira havia saído:
A gente atrapalhou alguma coisa?
E a médica em atendimento nos disse:
Não.
É que uma enfermeira passou e disse: “Riam, mas riam baixinho”.
A médica riu, achando que era uma piada nossa…
Na hora pareceu que alguma coisa estava fora de ordem, ou melhor, fora do tom, mas depois, pensando melhor, chegamos à conclusão de que só podia ser brincadeira da enfermeira. Ufa!
Dr. Lui (Luciano Pontes)
Dr. Eu Zébio (Fábio Caio)
Hospital Barão de Lucena – Recife
Abril de 2013








domingo, 1 de setembro de 2013

O ensino da anatomia através das artes cênicas

O ensino da anatomia através das artes cênicas
Fernanda de Oliveira Amorim
Fernanda Luíza de Lima Matos
Vanessa Rocha Camargos

O presente artigo é um relato de caso realizado por Rosimeire et al.(2001), que consiste na utilização da arte cênica como metodologia para fixação de conteúdos da disciplina de anatomia em que foram detectados baixo rendimento. Esse estudo se baseou na observação de que o laboratório, espaço destinado às aulas práticas e seu objeto de estudo, o cadáver, é supervalorizado pelo aluno, o que os levam a ficar presos à memorização das estruturas, seguindo à risca as orientações do professor e /ou do atlas anatômico disponível. Muitas vezes, não associam o conteúdo teórico/prático com o próprio corpo, que contemplam as estruturas que são objetos de seu estudo, diferenciando apenas no aspecto vital que possuem.

Dessa forma, o trabalho consiste na formação de grupos de teatro, que utilizaram o corpo como instrumento e o teatro de bonecos para construir os segmentos corpóreos. As falas dos alunos refletiam a rememoração dos conteúdos teóricos e os gestos e os bonecos refletiam os conteúdos práticos. Foram trabalhados os sistemas circulatório, respiratório, nervoso e muscular. Discutiram, em sequência, e em grupo, a didática utilizada. Os resultados foram feitos baseados nas apresentações das peças e responder a cinco quesitos: Houve mudança nas atitudes e envolvimento dos alunos na elaboração e criação do texto para as peças? Tornaram-se conscientes da importância do conteúdo visto em sala de aula dentro de cada sistema corpóreo? Agiram e participaram mais ativamente das aulas teóricas e práticas? Buscaram o laboratório para solucionar dúvidas do conteúdo durante a elaboração das peças? Foram além pesquisando em livros e revistas para evidenciar e simplificar através da arte teatral o conteúdo visto e vivido? Esses resultados foram apresentados para serem validados por três especialistas em educação, que consideraram positiva a experiência.


Conclui-se, então, que se pode considerar que o uso da criatividade através das artes torna a aprendizagem duradoura; o desenvolvimento da aprendizagem atinge espetaculares triunfos na arte e no pensamento, uma vez que nos possibilita organizar e dar sentido ao conteúdo ensinado à vida das pessoas; melhora do rendimento dos alunos, através da confecção de peças teatrais e fantoches; e o ensino da anatomia pode se sedimentar a partir da produção de uma nova situação. Nesta circunstância, o aluno se torna agente participativo e o professor agente organizador da aprendizagem, que, fixada, servirá para a vida dos sujeitos envolvidos, como um instrumento a seu favor. eduem.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/download/17208/9162‎